Produção de alimentos orgânicos ganha destaque no Nortão

A região Norte de Mato Grosso está se destacando pela produção de alimentos orgânicos.
Um exemplo disso é uma pequena propriedade rural próxima a Alta Floresta, que faz parte de uma rede de produção de orgânicos na parte amazônica do estado. O sítio tem 5 hectares e é gerenciado por Adeildo Sopeletto.
A Rede de Produção Orgânica da Amazônia Mato-Grossense (Repoama), na comunidade de Guadalupe, reúne 13 organizações comunitárias de pequenos produtores em sete municípios da região.
A história do agricultor começou em 1986 quando veio para Mato Grosso, trabalhou em fazendas de gado e em 2001 adquiriu sua área própria. Nela, realizou o sonho de construir um cafezal.
O diferencial na propriedade é o café orgânico sombreado. Nada de adubação química, e diversas árvores no meio e ao lado da plantação.
“Nossa adubação acontece de forma orgânica. Usamos biofertilizantes, pelo biodigestor, e a limpeza é feita na roçadeira. Roçamos umas 3 vezes por ano para dar a palhada e é dela que conseguimos folhas de árvores e madeira”, explica.
Como protocolo para produção orgânica, ao redor do cafezal de um hectare, foi plantada uma barreira natural com capim-açu.
A medida ajuda a evitar contaminação de fora, derivadas de herbicidas e demais químicos que possam ser aplicados na vizinhança.
O café colhido na propriedade é secado, descascado, torrado e moído no sítio. Desse jeito, sai pronto, ao gosto do cliente.
A propriedade ainda reserva espaço para um hectare de pasto, que foi dividido em piquetes e com cerca elétrica. No local, ele mantém quatro vacas para a produção de leite e todo o resíduo dos animais, vai para o biodigestor.
O gás metano, resultado da decomposição da matéria orgânica, é canalizado para a cozinha e contribui para reduzir os custos da família. Já o biofertilizante, vai para o cafezal.
As boas práticas na propriedade foram decisivas para a participação dele em um grupo de agricultores, o qual tem o objetivo de produzir orgânicos.
A rede Repoama foi criada a partir da iniciativa do Instituto Centro de Vida (ICV).
O destino correto de resíduos domésticos, é obrigatório para certificar a propriedade como orgânica. Nela foi construída uma fossa séptica biodigestora. E o que sobra do processo é biofertilizante.