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Economia

Como o conflito entre Israel e Hamas pode mexer no seu bolso e afetar seus investimentos

Publicado em 08 de Outubro de 2023 ás 10:08 , por DA REPORTAGEM COM ‘SEU DINHEIRO’
Principal efeito deve ser sentido no petróleo, mas há muito mais por trás – Foto: Divulgação

A guerra entre Israel e o Hamas começou há dois dias, a mais de 10 mil km do Brasil. A distância do conflito, no entanto, é apenas geográfica.

Quando se trata do seu bolso e dos seus investimentos, o confronto está mais perto do que os mapas podem mostrar. 

1- PETRÓLEO

O primeiro efeito do ataque surpresa do Hamas ao território israelense deve ser sentido no petróleo. A guerra acontece no quintal dos principais produtores no mundo, entre eles a Arábia Saudita. 

Embora tenha terminado a sexta (6) em alta, tanto o petróleo tipo Brent — usado como referência internacional, inclusive pela Petrobras (PETR4) — como o WTI, a referência para o mercado norte-americano, acumulam perdas de mais de 8% na semana e estão longe do patamar de US$ 100 o barril. 

A guerra entre Israel e o Hamas, portanto, tem um potencial enorme de fazer o petróleo disparar a partir de amanhã (9), quando os mercados voltam a operar normalmente.

Petróleo em alta é sinônimo de inflação — e é aí que mora o problema.

2- INFLAÇÃO

Os bancos centrais ao redor do mundo travam, desde o início do ano passado, uma batalha contra a inflação e a principal arma para vencer a guerra contra o aumento de preços é o aperto monetário.

O Brasil foi um dos primeiros países a iniciar o aumento da taxa de juros e agora vive um momento de afrouxamento monetário. O mesmo, no entanto, não acontece com o principal banco central do mundo, o Federal Reserve (Fed). 

O fato de os preços ainda estarem longe da meta nos EUA é o principal responsável pelo atual nível da taxa básica de juros no país: 5,25% a 5,50% ao ano, o maior patamar em 20 anos. 

Portanto, se o petróleo retomar a trajetória de alta por conta da guerra, as chances de aceleração da inflação no mundo é grande.

3- INVESTIDORES

O fato de o petróleo subir e alimentar a inflação, já coloca por si uma pressão sobre os investidores. 

A cereja do bolo da possível alta do petróleo em reflexo do conlifto entre Israel e Hamas é a pressão sobre os juros projetados pelos Treasurys, como são conhecidos os títulos de dívida do governo norte-americano.

A alta dos yields dos Treasurys significa queda de ativos de risco como ações e a penalização de ativos emergentes, inclusive os brasileiros, além da valorização de refúgios em tempos de incerteza como o dólar e o ouro. 

Nesta semana, os investidores assistiram a disparada dos juros dos Treasurys — que atingiram o maior patamar em 16 anos. Ontem, os yields dos títulos com vencimento mais longo, de 30 anos, bateram na casa dos 5%. 

Os juros dos Treasurys são usados como referência para praticamente tudo no mundo: de financiamento imobiliário a crédito bancário.

Portanto, se os yields desses títulos disparam, pesa no bolso do investidor.

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