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Sinop 50 anos

Da clareira à cidade: a abertura da área urbana de Sinop

Publicado em 26 de Fevereiro de 2024 ás 06:33 , por DA REPORTAGEM
Rodovia Cuiabá – Santarém teve traçado alterado para ‘cortar’ Sinop e transformar município em potência – Foto: Arquivo histórico

Em meio à densa Floresta Amazônica, o grupo de trabalho da Colonizadora Sinop, chefiado por Ulrich Grabert, iniciou em maio de 1972 a abertura de picadas.

O ponto de início é atualmente o viaduto da BR-163, na conexão das avenidas Gov. Júlio Campos e Alexandre Ferronatto), no sentido Leste-Oeste, rumo ao ponto em que hoje se encontram a Praça da Bíblia e o Banco do Brasil. Ali, instalaram um acampamento fixo.

Com caminho aberto, mais 300 homens foram enviados à Gleba Mercedes, juntamente com máquinas e equipamentos para a plena abertura das áreas urbana e rural. Apesar disso, o envio de tudo o que era necessário para abastecer o grupo ainda era inviabilizado no período chuvoso. Era preciso uma rota aérea.

A Colonizadora, então, priorizou uma pista de aeroporto (numa área onde hoje se encontram a UFMT e a Faculdade Anhanguera). Por ali, até 1984, aeronaves de pequeno e médio porte pousavam e decolavam, trazendo mantimentos e ferramentas mais leves para o trabalho de abertura da área urbana. Nesse local, inclusive, a TABA (Transportes Aéreos da Bacia Amazônica) operou voos semanais para Cuiabá, além de receber as autoridades que participaram da fundação oficial da cidade em 1974 e a comitiva que trouxe o presidente da República, João Batista Figueiredo, o primeiro a conhecer Sinop.

PRIMEIRAS RUAS E AVENIDAS

As primeiras ruas e avenidas abertas na área urbana de Sinop pela Colonizadora, a partir de 1972, foram:
- Avenida dos Mognos (atual Júlio Campos), aberta da entrada da cidade até onde seria aberta a Avenida das Sibipirunas, num total de 3 quadras;
- Avenida dos Jacarandás;
- Rua dos Lírios, aberta até onde seria a Avenida Embaúbas;
- Rua das Primaveras, aberta até onde seria a Avenida das Figueiras;
- Rua das Pitangueiras;
- Rua das Castanheiras;
- Rua das Nogueiras;
- e Rua das Aroeiras.

Essas vias compunham um total de 18 quadras.

PRIMEIRAS CONSTRUÇÕES

Com a derrubada da mata, abertura de ruas e avenidas, e a chegada dos primeiros moradores, as primeiras residências e salões comerciais começaram a ser construídos a partir de junho de 1972.

Algumas das primeiras famílias que chegavam ao município construíam barracos de lona, como foi o caso dos Pissinati, Belgrovicz e Claro dos Anjos. Uma das construções marcantes é do escritório da Colonizadora, cuja localização é a mesma até hoje.

CASAS DE MADEIRA E ENERGIA POR LAMPIÃO

Essas primeiras construções eram de madeira, em sua maioria sem forro, e algumas ainda possuíam um salão de comércio à frente. O padrão de residência compunha sala, cozinha e dois quartos. O banheiro era uma casinha, construído no fundo do quintal. A água era obtida por perfuração de poços, que normalmente não passavam de dois metros de profundidade – o lençol freático estava bem próximo à superfície.

A iluminação era fornecida por lampião a gás ou querosene. Apenas alguns comércios contavam com motor próprio que gerava energia enquanto estavam abertos (próximo das 22h). Após este horário, a cidade ficava na completa escuridão.

“SAPOLÂNDIA”

As primeiras ruas e avenidas abertas não eram cascalhadas, muito menos pavimentadas. O poeirão cobria a cidade na época de seca, obrigando os comércios a cobrir as mercadorias com plástico ou tecido, enquanto na chuva os atoleiros reinavam. E era tanta água que precisava-se de pranchas ou tábuas, da entrada das casas até a rua, para as pessoas poderem se deslocar.

Nesse período, a cidade ganha a alcunha de “sapolândia”, em razão do elevado número de sapos e rãs que surgiam enquanto a cidade ficava alagada.

Fontes: Raízes da História de Sinop (Luiz Erardi F. dos Santos) e site da Prefeitura de Sinop

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